Presos suspeitos de golpes pelo WhatsApp extorquíram dinheiro de parentes de artistas, políticos, médicos e juízes, diz polícia

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Golpistas anunciavam em redes sociais interesse em alugar contas por até R$ 1,5 mil para o recebimento do valor indevido. Operação cumpriu mandados em Goiás, São Paulo e no Pará.

A Polícia Civil revelou detalhes da operação que prendeu integrantes de um grupo suspeito de aplicar golpes e extorquir dinheiro de várias pessoas pelo WhatsApp, nesta quarta-feira (14). Segundo a delegada Sabrina Leles, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc) de Goiás, entre as pessoas lesadas estão parentes de personalidades com “boa remuneração” e que “gozam de confiança social”.

“São quatro inquéritos diversos. Nós temos vítimas de diversos tipos de profissão, familiares de médicos, juízes, políticos, jornalistas, servidores que ocupam alto escalão do Governo do Estado de São Paulo e artistas bem conhecidos no estado de São Paulo”, disse.

 

Os nomes das vítimas não foram revelados. Os trabalhos integram a terceira fase da Operação Peregrino, que ocorreu em Goiás, onde funcionava o núcleo da organização criminosa, São Paulo e Pará. Mais de 150 policiais foram às ruas para cumprir os mandados:

Goiás:

 

  • 11 mandados de prisão (sete já cumpridos até as 12h desta quarta-feira)
  • 26 de busca e apreensão

 

São Paulo:

 

  • 8 mandados de busca e apreensão

 

Pará:

 

  • 5 mandados de busca e apreensão

 

Presos suspeitos de golpes pelo WhatsApp extorquiram dinheiro de parentes de artistas, políticos, médicos e juízes — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Presos suspeitos de golpes pelo WhatsApp extorquiram dinheiro de parentes de artistas, políticos, médicos e juízes — Foto: Divulgação/Polícia Civil

A delegada afirmou ainda que os criminosos “escolhiam” se passar por pessoas com prestígio social.

“Não há um leque de profissões fechadas. Eles sempre abordavam familiares de pessoas que desenvolvem trabalho que, às vezes, tem uma boa remuneração, que gozam de confiança social, para que essa credibilidade seja explorada junto ao seu seio familiar e de amigos”, destaca.

 

Uma vítima, que preferiu não se identificar, disse que caiu no golpe ao não dar a devida atenção à conversa. “A gente tem que se atentar mais. Tem que ficar mais alerta pra essas situações, com certeza, todos nós”, afirmou.

Grupo alugava contas para receber dinheiro extorquido de vítimas pelo WhatsApp

Grupo alugava contas para receber dinheiro extorquido de vítimas pelo WhatsApp

Aluguel de contas

 

O delegado Guilherme Caselli, de São Paulo, explicou como o golpe era praticado. O investigador disse que os criminosos conseguiam contactar as pessoas que eles desejavam se passar pelo WhatsApp e clonavam o app delas para instalá-lo em outro aparelho. A partir daí, pediam depósitos em dinheiro a amigos e parentes.

Para dificultar o rastreamento das transações, eles “alugavam” contas bancárias de outras pessoas, as quais recebiam uma comissão. Durante a investigação, a polícia localizou postagens dos golpistas nas redes sociais “anunciando” interesse nas contas. Em um dos caso, o pagamento oferecido pela cessão da conta chegava a R$ 1,5 mil.

“Na estrutura criminosa existia a pessoa que estabelecia contato com as vítimas, existia a pessoa responsável em alugar sua conta para recebimentos dos valores indevidos e uma terceira pessoa que intermediava o contato entre a pessoa que executava o crime e a responsável em alugar as contas”, detalha.

 

Ele salientou que ainda precisa fazer uma estimativa do tamanho do prejuízo, mas alertou que cada um dos presos tinha uma média de cinco a dez contas, as quais recebiam, em média, R$ 10 mil , ou seja, o montante poderia chegar a até R$ 100 mil.

Os presos devem responder pelos crimes de associação criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro.

Veja outras notícias da região no G1 Goiás.

Criminosos anunciavam em redes sociais o interesse de alugar contas para os depósitos indevidos, em Goiás — Foto: Polícia Civil/ Divulgação

Criminosos anunciavam em redes sociais o interesse de alugar contas para os depósitos indevidos, em Goiás — Foto: Polícia Civil/ Divulgação

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