COVID-19
Estudo da UFG aponta que
pandemia em Rio Verde está
em queda e sob controle
Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) apresentaram no fim da tarde desta quarta-feira (29), em uma live transmitida pela página oficial da prefeitura de Rio Verde no Facebook, um estudo sobre a progressão da Covid-19 em Rio Verde. A nota técnica apontou que a epidemia está em queda e sob controle, apesar de uma tendência de alta no número de mortes na cidade. O estudo também mostrou que caso as medidas não tivessem sido implementadas e seguidas pela população, mais de 570 mortes poderiam ter sido registradas até então. Hoje, o município contabiliza 131 óbitos entre os 8.759 infectados.
A professora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG, a médica infectologista Cristiana Toscano, disse que os números de mortes em Rio Verde estão crescendo, mas que há uma tendência de estabilização, diferente do que vinha sendo registrada em meados de maio até junho, quando os números cresciam exponencialmente.
“No pico da doença, uma pessoa infectada gerava seis novos casos; aumentando progressivamente o número de infectados. Por exemplo, uma pessoa infectava outras seis e cada uma dessas seis infectavam mais seis e assim progressivamente. Agora este índice está em uma tendência descrente progressiva. As medidas que foram implementadas, com adesão da população, conseguiu derrubar o índice abaixo de 1”, explicou a pesquisadora.
Cristiana classificou a estratégia de lockdown no esquema 14 x 14 dias, adotada pelo Poder Público de Rio Verde, como inovadora.
“Mais de 440 mortes a mais podiam ter sido registradas caso as medidas não tivessem sido implementadas e seguidas pela população. Mas as medidas sanitárias e de isolamento devem continuar porque temos visto que esta terceira fase da doença, que é a de estabilização, podem desencadear uma segunda onda de infecção”, alertou, citando que isso tem ocorrido na Europa em função da descontinuidade dos cuidados e medidas de prevenção à Covid-19.
“Se o comportamento mudar e as regras não forem cumpridas, o formato da curva (de infecção) pode mudar e essa taxa de transmissibilidade aumentar. O vírus está entre nós”, reforçou Cristiana.
O médico e pesquisador da UFG, João Bosco Siqueira Junior, corroborou com o discurso da colega e lembrou que o comportamento do novo coronavírus ainda é uma novidade para a comunidade científica.
“É uma doença de difícil manejo clínico. As pessoas pioram entre o sétimo e nono dia dos sintomas. Muitas pessoas chegam para atendimento médico em um momento muito tardio. O cenário de Rio Verde podia ter sido muito pior. Independente de todos os esforços que a Secretaria Municipal de Saúde fez, se a população não tivesse cumprido, a gente não estaria vendo este cenário no município. Ninguém vai ter sucesso sem o apoio da população”, frisou.
ENFRENTAMENTO À COVID-19