Inimigos do fim: aprenda a evitar
e curar a ressaca
Quem avisa amigo é! Confira dicas de especialistas para ficar
100% após o consumo de bebidas alcoólicas
Carnaval, festas e comemorações marcam os primeiros meses no Brasil, deixando para o dia seguinte as preocupações com compromissos e a velha conhecida ressaca. A ressaca vai ganhando vários sentidos, seja ela moral, física, psicológica e até financeira. Mas, a que mais tem “receitinhas caseiras infalíveis” na internet é a ressaca do álcool, a companheira dos boêmios e foliões da cidade. Parece um bicho de sete cabeças, mas na verdade é uma reação comum do organismo ao consumo de bebidas alcoólicas.
Há quem tenha os sintomas com mais intensidade, e outros nem tanto, mas isso não é questão de sorte ou azar. A Doutora Patrícia Maira Costa, Clínica Geral, explica que o que pode influenciar é principalmente se a pessoa já tem o costume de beber, mas também a quantidade de ingestão, o tipo de bebida, a genética, a estrutura corporal e o sexo, porque normalmente as mulheres metabolizam menos o álcool do que os homens.
A ressaca é um sinal de intoxicação aguda pelo álcool, “isso ocorre porque o álcool é tóxico, e é metabolizado pelo fígado. Ou seja, em altas quantidades vai ocorrer o acúmulo de substâncias tóxicas, como o acetaldeído, que em excesso vai causar vários sintomas associados ainda a desidratação causada pelo álcool, além de causar hipoglicemia, que é a baixa da glicose”, esclarece a doutora que também atende no Hospital Anchieta de Brasília.
Como identificar que está de ressaca e amenizar os sintomas
Geralmente os sintomas da ressaca surgem no dia seguinte, depois de dormir, podendo surgir antes, entre 6 e 8 horas após a ingestão do álcool. “A ressaca se caracteriza como um conjunto de sintomas físicos e mentais que surgem por conta do consumo excessivo de bebidas alcoólicas, levando a um processo de desidratação e aumentando a atividade do fígado para eliminar o excesso de álcool do sangue, além de alterar o sistema nervoso devido à hipoglicemia induzida pelos altos níveis de álcool circulantes”, esclarece Costa.
A nutricionista e professora do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Camila Lima, explica mais sobre a ação do álcool no organismo. “O álcool é diurético, por isso que quando a pessoa bebe faz muito xixi, ficando rapidamente desidratada, aumentando a concentração de álcool no sangue. Assim, é importante beber um copo de água para cada copo de bebida alcoólica, para evitar os sintomas da ressaca”, conclui a nutricionista.
Muitas pessoas reconhecem os sintomas facilmente. São eles: dor de cabeça, dor nos olhos, enjoo, mal-estar generalizado, dor no corpo e dor no estômago, além dos sinais de desidratação, falta de apetite, tremores, suor e muito sono. A médica clínica explica o passo-a-passo para “curar a ressaca”: “Em primeiro lugar, beber menos, mas se você for beber, procure comer antes para estar com o estômago cheio. Além da dica de sempre que é beber muita água a cada dose de destilado ou a cada copo de chopp você toma um copo de líquido de suco para evitar a desidratação. Lembrar de sempre comer alguma coisa junto com a ingestão de bebida alcoólica, os famosos petiscos”, explica Patrícia.
Se você pulou todas as etapas e ficou com ressaca, a médica dá a dica direta. “O ideal é você ficar em repouso, tomar muita água, se hidratar bastante e ter uma alimentação mais leve, bebendo bastante suco de fruta. A frutose ajuda a melhorar os sintomas da ressaca, e dependendo dos sintomas você pode tomar um remédio para enjoo ou para dor, evitando sempre o uso de anti-inflamatórios que irritam a mucosa do estômago, assim como evitar o uso do paracetamol porque é um remédio que pode dar toxicidade no fígado, que já está alterado devido ao álcool”, finaliza.